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Além da feira: o mercado informal que resiste na Expomontes

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Coma proximidade de um dos eventos mais tradicionais do Norte de Minas, a Exposição Agropecuária de Montes Claros (Expomontes), ganha força uma reflexão importante: o evento vai muito além do lazer, da cultura e do agronegócio. Ele também impulsiona uma ampla rede de trabalhadores informais, que transformam o entorno do Parque de Exposições João Alencar Athayde em um verdadeiro corredor de oportunidades econômicas e sociais.

É justamente esse universo que o Professor Doutor Wander Oliveira, da UNIFIPMoc /Afya, decidiu estudar em sua tese de doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Administração pela PUC/Minas.

É importante contextualizar que a Expomontes mantém a tradição, movimenta a economia e a identidade regional sendo realizada anualmente em Montes Claros. Assim, se consolida como uma das maiores do gênero em Minas Gerais e reúne produtores rurais, empresários, artistas, expositores e milhares de visitantes. Ao longo de mais de 40 anos de história, o evento se consolidou como símbolo da força do agronegócio e também da cultura regional.

 Além da programação oficial, a festa movimenta um intenso mercado informal que se forma nas ruas próximas ao parque, com a presença de ambulantes, vendedores de comidas e bebidas, camelôs, brinquedos e atividades paralelas.

 Resistência e afetividade

 Foi observando esse movimento que o professor Wander construiu o objeto de sua pesquisa. Ao longo de cinco anos, ele acompanhou a presença dos trabalhadores informais no evento e sua relação com o espaço urbano, a segurança pública e a economia popular.

 “A Expomontes não é apenas um evento rural. É um fenômeno social e econômico que mobiliza a cidade. Minha pesquisa buscou compreender o papel do mercado informal nesse contexto, observando como esses trabalhadores se organizam, como ocupam os espaços públicos e como lidam com os desafios de atuar em uma estrutura paralela à oficial”, explica o professor.

 A tese, defendida em 2024, mergulha em entrevistas, observações de campo e análises de dados ao longo de diferentes edições da feira. Wander destaca que a informalidade não deve ser vista apenas como ausência de direitos ou precariedade.

  “O mercado informal da Expomontes é também uma forma de resistência, de sobrevivência e de geração de renda. Há histórias de famílias que dependem exclusivamente dessa época do ano para garantir seu sustento. É uma economia viva, pulsante e com lógicas próprias”, completa.

 Relevância acadêmica e social

O trabalho do professor Wander Oliveira contribui para o debate sobre trabalho informal, direito à cidade e planejamento urbano, e propõe reflexões importantes para gestores públicos, organizadores de eventos e acadêmicos das áreas de Ciências Sociais, Economia, Direito, além da Administração.

 A pesquisa reforça ainda o compromisso da UNIFIPMoc / Afya com a produção de conhecimento que dialoga com as realidades locais, valorizando os fenômenos regionais como objeto legítimo de estudo científico.

 

CLIQUE e veja a pesquisa completa.