Crianças de 0 a 09 anos são as mais afetadas com 38,1% dos casos, conforme pesquisa de alunos do curso de Farmácia da UNIFIPMoc
22/11/2024
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Acadêmicos do curso de Farmácia da UNIFIPMoc, orientado pelo Professor Dr. Flávio Figueiredo, desenvolveram um projeto intitulado “Perfil Epidemiológico da Leishmaniose Visceral em Montes Claros”, sexta maior cidade de Minas Gerais por meio do qual foi possível analisar a distribuição de casos da Leishmaniose Visceral no município. A pesquisa, desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, analisou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) durante o período de 2016 a 2020.
O estudo, recém-publicado como capítulo do livro “Protozooeses” revelou números consideráveis: foram notificados 105 casos de LV no município durante o período analisado. Os dados mostraram que as crianças são as mais afetadas, com 38,1% dos casos concentrados na faixa etária de 0 a 09 anos. A doença também apresentou maior incidência em homens, representando 61% dos casos, e na população parda, que corresponde a 71,4% das notificações.
Um dado que chamou atenção dos pesquisadores foi a predominância urbana da doença, com 92,4% dos casos registrados na zona urbana de Montes Claros. Este padrão contrasta com o histórico da doença, tradicionalmente associada a áreas rurais.
Segundo o Professor Flávio, a pesquisa mostrou que tanto a densidade populacional quanto a infecção natural dos vetores por Leishmania, bem como a prevalência da leishmaniose visceral canina são favoráveis a surtos de LV humana em Montes Claros.
“As doenças infecto-parasitárias são problemas de saúde pública que acompanham que acometem todo mundo, sobretudo, regiões subdesenvolvidas. O norte de Minas Gerais é uma importante área de transmissão dessas doenças e, por isso, requerem formação de pessoas especializadas e produção de conhecimento necessário para subsidiar a tomada de decisão dos gestores, nos serviços de saúde”, contou.
Aprofundamento do estudo
Os resultados do estudo apontam para a necessidade de intensificar as medidas de controle, especialmente considerando a sazonalidade local do vetor. Os especialistas recomendam duas campanhas anuais de controle em regiões secas, que devem ser implementadas estrategicamente antes e depois da estação chuvosa prevista.
A pesquisa concluiu que, mesmo após 30 anos do início do processo de urbanização da leishmaniose visceral, os cenários de transmissão ainda são pouco compreendidos. Os autores enfatizam que mais estudos são necessários para entender todas as variáveis determinantes envolvidas na transmissão da LV na região.
Conforme o professor este trabalho contribui significativamente para o entendimento da dinâmica da doença em Montes Claros e pode auxiliar na elaboração de políticas públicas mais efetivas para o controle da Leishmaniose Visceral no município. O estudo conclui que Montes Claros apresenta condições favoráveis para surtos de LV humana, considerando a densidade populacional, infecção natural dos vetores e prevalência da LVC. Os cenários de transmissão ainda são pouco compreendidos, necessitando mais estudos para entender todas as variáveis envolvidas na transmissão da doença.
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