Em meio a estatísticas de exclusão, Monique Borges faz história como a primeira acadêmica trans no curso de Direito da UNIFIPMoc
24/6/2025
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Ser uma pessoa trans no Brasil ainda é um enorme desafio quando o assunto é acesso a oportunidades. Agora, imagine ser uma pessoa trans, periférica, formada em escola pública e chegar ao ensino superior, num curso tradicionalmente marcado pela baixa diversidade como o Direito.
Essa é a história de Monique Borges. Mulher transexual, ela carrega o peso e o orgulho de abrir caminhos. Monique é a primeira aluna trans a ingressar na UNIFIPMoc e também a primeira mulher trans a cursar Direito em Montes Claros. Sua trajetória é marcada por obstáculos sociais, preconceitos e desafios estruturais que, infelizmente, ainda fazem parte da realidade de grande parte da população LGBTQIAP+ no Brasil.
“Não foi fácil chegar até aqui. Enfrentei muitos obstáculos e, por diversas vezes, pensei em desistir. Apenas 0,4% da população trans está matriculada no ensino superior. Isso é resultado de um histórico de estigmas, preconceito e violência que atravessa nossa existência”, relata Monique.
Dados sobre o acesso de pessoas trans ao ensino superior ainda são escassos no Brasil. Um levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), divulgado em 2021, revelou que pessoas trans representavam apenas 0,3% dos estudantes das instituições federais de ensino superior. O estudo, feito com base na V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes das IFES (2018), mostrou ainda que a maioria dos poucos alunos trans estava concentrada nas áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Exatas.
No entanto, o mercado de trabalho tradicional ainda representa barreiras ainda maiores.
“Espero que minha história inspire outras mulheres trans a sonharem com o ensino superior e com um espaço digno no mercado de trabalho. Nossa luta é diária e contínua. O estudo é fundamental para que possamos ocupar os espaços que historicamente nos foram negados”, afirma Monique.
O mês de junho é símbolo de resistência e orgulho para a população LGBTQIAP+. A escolha da data tem origem em um marco histórico: a Revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, em Nova York. Na ocasião, frequentadores do bar Stonewall Inn, alvo constante de violência e repressão policial, reagiram, dando início a uma série de protestos que se tornaram um divisor de águas na luta por direitos civis para pessoas LGBTQIA+ no mundo todo.
Desde então, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho, tornou-se uma data de visibilidade, celebração das conquistas e, principalmente, de reforço da luta por respeito, igualdade e políticas públicas inclusivas.
A história de Monique dentro da UNIFIPMoc representa mais do que uma conquista individual. Ela também reforça o papel transformador da educação e da inclusão no ambiente universitário.
Na UNIFIPMoc, a diversidade e o respeito às diferenças são valores fundamentais. A instituição entende que promover o acesso ao ensino superior a públicos historicamente marginalizados é um passo essencial na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“Ser uma pessoa trans na universidade é uma vitória coletiva. Cada espaço ocupado por uma de nós representa uma conquista para toda a comunidade”, finaliza Monique.
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